Dom De Deus

A minha vocação é um dom de Deus que é completamente imerecido. Olhando para a minha vida depois de todos estes anos, vejo como Deus me conduziu desde o início e me ajudou a discernir o caminho da minha vida a cada passo. Ele enviou-me as pessoas certas, no momento certo. Isto não foi imediatamente visível e eu tive de percorrer um longo caminho para tomar uma decisão.

Sou de uma família católica não praticante (só recentemente é que a minha mãe começou a ir à Igreja). A minha avó trouxe-me para a Igreja, mas não era uma presença regular. Lembro-me que tomei a decisão consciente de ir à igreja todos os domingos quando tinha cerca de 10 anos de idade. Durante um sermão, o padre perguntou às crianças reunidas: “Quem fará uma promessa a Deus de ir à igreja todos os domingos?” Depois de um momento de reflexão, levantei a minha mão. Este foi o meu primeiro passo em direcção a Deus. A minha fé cresceu lentamente (tal como a minha vocação). As peregrinações anuais que passavam pela minha aldeia, especialmente de clérigos e religiosos, evocavam no meu coração sentimentos que eu não compreendia. Para mim eram pessoas santas que estavam próximas de Deus. Quando eu tinha 11 anos, recebi a Primeira Comunhão. Na altura, pensava que queria tornar-me religiosa, embora não conhecesse nenhuma congregação. Aos 12 anos, o Pároco com quem partilhei o meu desejo convidou-me para um retiro para jovens. Embora houvesse obstáculos por eu ser demasiada nova, o seu pedido urgente prevaleceu e eu pude participar. Foi o primeiro retiro da minha vida; cheguei a casa diferente, mas a vida continuou.

A idade da adolescência chegou. Para mim, foi um momento de provação, pois lutei contra mim mesmo. Conheci um rapaz com quem comecei a fazer planos para o futuro. Já estava na universidade e o tempo de tomar uma decisão de vida aproximava-se. Mas havia profundas dúvidas sobre o casamento e eu sentia que esta relação não me enchia o coração; eu queria algo mais. Foi então que os pensamentos e as experiências da infância voltaram. Graças à Providência de Deus, conheci os Padres Oblatos, um deles ajudou-me neste momento difícil. Uma vez, durante uma oração que recordarei para sempre, experimentei o “toque do Amor de Deus”. A minha vocação está fortemente ligada à minha conversão. Confissões, orações de discernimento, momentos de busca da paz do coração… Jesus esperou pacientemente por mim. Finalmente, depois de falar com uma Filha da Caridade, tomei uma decisão: “Aqui, estou Senhor, venho para fazer a Tua vontade” (Sl 40, 6-7). A partir desse momento, tenho estado com Ele. Sei que nada nem ninguém jamais me tirará da Sua mão e que o Seu Amor nunca passará.

Ir. Tatsiana, Província de Varsóvia, Polónia